sexta-feira, 29 de maio de 2009

Parte V

Aquilo à partiu como uma espada
Tais palavras à fizeram acordar
Estava de volta em seu mundinho
Do qual não deveria ter saído
Achou injusto
Mas talvez não fosse
Só sabia que não fizera de propósito
Isso à fez pensar
Tinha feito tudo certo, mas...
Nada é perfeito

Parte IV

Parecia mais um dia comum
Se perdeu em seus pensamentos, quando percebeu...
Os Céus estavam chorando
Uma tempestade mágica, como nenhuma outra
Magnética, à hipnotizava, à excitava
Cada brisa acariciava sua pele,era magnífico
A jovem estava fascinada
Se apaixonou pela chuva,
E a chuva por ela
Nada ao redor importava, nada fazia sentido
As pessoas correndo, as folhas ao chão
Os carros molhados,as vozes ao vento
O grito desesperado de sua nova paixão
Era tudo o que lhe importava
E então, redendo-se ao pedido implorado de sua alma
Se entregou...
As gotas percorriam por todo seu corpo
Uma sensação surreal
Tocavam sua face, seus cabelos, seus lábios
A chuva à beijava, à eternizava
As duas se formaram uma
Se pertenciam, se amavam, se fundiram
Dali em diante,a chuva pertencia à garota
E a garota, pertencia à chuva
Separadas eram nada
Juntas eram o infinito
Jamais se esquecera deste dia
Nunca mais fora a mesma
A jovem tinha encontrado seu dia perfeito
O dia em que a chuva a eternizou

terça-feira, 26 de maio de 2009

Parte III

Tudo fora mesmo fingimento?
Se fora, porque ainda parecia real?
Como poderia ela estar mesmo feliz?
Como poderia, a pequena jovem, estar vivendo?
Estava rodeada de alegrias
Sorrisos insistiam em sair
Mesmo que ela os recusasse
Estava feliz, impossível
Algo a impedia de acreditar
O medo de estar se enganando, talvez
Ou o medo de estar vivendo uma ilusão?
Ou simplesmente o fato de estar feliz?
Sentia-se desprotegida
Entrando em um mundo desconhecido
Um mundo do qual não pertencia
Tudo parecia tão belo
Mesmo sabendo que não era
Estava assustada, perdida
Encontrava-se em um dilema
Continuaria vivendo assim,
Seguindo uma trilha desconhecida,
Sabendo que poderia existir armadilhas?
Ou voltaria para seu mundo seguro?
Como sempre...sua perguntas nunca escontram respostas...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Parte II

Havia se passado 13 dias
O que era pouco mais de uma semana
Parecia ser o resumo de uma vida
Para ela, talvez a vida mais feliz que tivera
Fingindo estar bem, fingindo se entender, viveu
Viveu como nunca, feliz, ela se encontrava
Pequenas memórias espalhadas formavam seu dia perfeito
O dia mais feliz de sua vida
O dia que era para existir...
Fingia gostar do filme, das conversas ao vento
Dos programas vazios, das piadas banais
Dos sorrisos falsos, das alegrias inventadas
Do balanço, ah, o balanço, à fazia voar
Como se fosse única, tudo a sua volta desaparecia
Fechado os olhos, balançava
O mais alto que podia, alcançava o céu
As estrelas eram sua companhia, ah como fingia
Fingia, mas fingia tão bem, que acreditava
Acreditava que era real, que estava bem
E em uma mesma noite, como há de 13 dias atrás
Solitária, triste, comum
Como se atingida por uma violenta flecha de lucidez
Escutando apenas o silêncio mutuo
Acorda, como quem acorda de um sonho feliz
Como quem acorda em uma noite comum
Agora, mais confusa do que nunca, sem saber por onde começar
Precisava achar uma saída, precisava consertar
Tudo que destruira, inconscientemente
Nessa sua brincadeira de viver
Nessa sua brincadeira, de sonhar...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Parte I

Silêncio...era o que havia
Nem a televisão à fazia companhia mais
A pequena jovem, permanecia pesada, anestesiada
Sabia que sentia mais não o sentia
Estava tudo tão diferente, as mesmas coisas velhas
Aquele mesmo rabisco, o pó antigo, os mesmos objetos
Aquilo à fazia pensar, mas pensar em que?
E tudo estava tão diferente...
As lembranças à faziam chorar, relembrava cada detalhe
Sentia aqueles antigos rostos, mas não como antes
Era como se estivesse diante de um ponto de luz
Queria pegá-lo, mas não o alcançava
Olhava para aquelas alegres fotos, lembranças...
Afinal, para que serviam? Para chorar por momentos felizes
Ou chorar por perceber que nunca mais irá tê-los?
E ainda olhava as fotos...
As paredes então ganham foco
Que antes se fechavam, aprisionando-a, impedindo-a de voar
Hoje parecem ser mais distantes de que aquele pequeno ponto de luz
Fechou os olhos, pensava...
Amadureci, ou esqueci de viver?
Assim permaneceu por horas
A cada minuto uma nova pergunta
A cada nova pergunta, as respostas pareciam fugir
Sentia-se perdida, sabendo onde estava
Nada fazia sentido, nada era nada
Mas o que mais à perturbava, era aceitar o fato de que havia mudado
Não aceitava, não podia aceitar
Estava exausta
Deitou em sua cama, pensando, se perguntando, adormeceu...
Amanhã é outro dia.